"É preciso ter cuidado para não se tornar escravo dos Best-sellers", diz Max Moreno
O paranaense, autor do suspense psicológico "A Outra Sombra" (2014) e do Thriller "As paredes eram brancas" (2020), fala sobre leitores que só leem “livros da moda”.

O Brasil ainda está longe de ser um país de leitores conscientes, cidadãos que se dediquem (espontaneamente) à leitura. Nos últimos dez anos, houve um avanço nesse sentido, entretanto é preciso dizer que ainda há uma gama gigantesca de leitores condicionados, quero acreditar que inconscientemente, aos “campeões de venda”. Este é um hábito que tende a tornar mais complicada a vida de milhares de escritores cuja notoriedade ainda está aquém dos grandes canais de comunicação e das grandes mídias.
É claro que não há mal algum em querer comprar “aquele livro famoso” que todos estão falando sobre. O problema é que muitos leitores, talvez motivados pelos altos preços dos livros no mercado brasileiro, querem ter acesso a algo que já seja um “sucesso garantido”, o que às vezes não ocorre, já que cada indivíduo tem sua experiência de vida, seus gostos pessoais, suas crenças, etc.
Pode parecer exagerado, mas, acredite, há pessoas que não conseguem comprar um livro sem antes consultar a lista dos mais vendidos na “revista x” ou os mais comentados no “site y”. Histórias incríveis, surpreendentes e apaixonantes, muitas vezes são encontradas onde menos se espera. Por isso, é importante que o leitor se dê o trabalho de pesquisar autores e livros que não são tão conhecidos do grande público.
Não pretendo aqui ser pretensioso ou até mesmo viu a ponto de querer traçar o perfil do que seria um “leitor ideal” no campo ficcional, mas penso que seja qualquer coisa entre a procura de boas histórias (conteúdos) e a não discriminação deste ou daquele autor ou título. Por isso, a próxima vez que você for comprar um livro, lembre-se de levar para casa algo que VOCÊ considera interessante, e não os outros. Afinal, você não é TODO MUNDO, não é mesmo?


